Escrever aqui me fez chegar na primeira conclusão: Blogs são criados para que possamos falar coisas que ninguém mais aguenta ouvir, então temos que falar para pessoas que nunca ouviram; e chegar em alguém no ponto de ônibus e falar que você é neurótica, psicótica e contar as mazelas de seus relacionamentos com certeza pode causar internação, nos melhores casos uma certa estranheza.
Sou psicótica, prazer; um pouco neurótica, histérica; o fato é que 100% de todos os relacionamentos que tenho resultam em... fracasso; fazendo um balanço de porque tudo isso acontece, cheguei a uma conclusão que pode se resumir a uma palavra: involuntário.
O fato é que 90% dos meus atos são involuntários, ou pelo menos eu penso assim; para ser mais específica é só pensar em quantas vezes, involuntariamente, entrei no Facebook dele só para ver com quem ele fala, o que faz, para onde vai; quantas vezes, involuntariamente, me peguei fazendo perguntas que cutuquem aquilo que me incomoda; quantas vezes, involuntariamente (ou por força de alcoól maior), me peguei enviando SMS ou ligando de madrugada; estes tipo de ações, entre outras, alimentam ainda mais minhas neuroses e quando me vejo estou brigando, irritada por fatos desconhecidos pela segunda parte, ou seja, acabo terminando antes de começar e não, eu nunca quero explicações... afinal, alguém melhor do que eu mesmo para saber de tudo que está acontecendo? Não, ele não mudará as conclusões que cheguei.
Sofro daquela mal da antecipação; e analogias a parte, quando deixo me levar chego a conclusão que a pessoa é como almoçar quando se tem muita fome; o cheiro é torturante e te dá mais vontade de comer, mas quando se prova, nem era tão bom assim. E você acaba se empanturrando e nunca mais quer comer aquilo de novo, nunca mais... até que, involuntariamente, você se pega comendo, porque sentiu saudade (mas você nunca vai se esquecer da azia que já teve).
E meu único desejo é não comer com tanta pressa só tentando saciar uma fome que parece infinita; meu desejo é saborear, é comer com os olhos, sentir o cheiro e todas as experiência sinestésicas que me forem permitidas, para, involuntariamente, conseguir fazer tudo na medida, sem exageros.
Então sejam bem-vindos a mente das mulheres neuróticas-psicóticas porém adoráveis e mais normais do que vocês podem imaginar.